POR LEONARDO “SILVERBOLT” DIAS
No último final de semana fui ao cinema ver um filme no qual estava com enorme expectativa, o que sempre é um perigo, felizmente ele alcançou e até superou essa expectativa, falo de Jogador nº 1.
Minha história com Jogador nº 1 começou logo que assisti o primeiro trailer no Youtube, aquela dose homeopática do que estava por vir quase 1 ano antes do lançamento aguçou a curiosidade e fui correndo procurar o livro. Queria lê-lo antes de lançarem o filme. E o fiz com o tempo apertado que sempre menciono aqui em 3 dias.
A leitura foi um pouco mais lenta do que poderia ser, o motivo, era um livro para ler com uma aba no Gooogle aberta e ir visualizando tudo que o livro falava, as tais referências a cultura pop dos anos 80. Um mix de tudo: jogos, filmes, músicas, seriados, quadrinhos, um pouco de tudo. E para ir além, ver a imagem a qual o livro fazia referência ou ouvir a música completava a leitura.
A história não é a mais original, mas o conteúdo cheio de referências e os pontos de virada do livro, sim, temos uma calmaria até que há consequências reais e o jogo ganha contornos de corrida contra a morte, literalmente.
Falei e não disse nada. Jogador nº 1 conta a história de Wade Watts, um entre os milhões de usuários do OASIS, uma simulação online que serve como fuga para a vida comum e pobre que se tornou o futuro em 2045. Tal simulação é uma mistura de jogo, escola, cinema, enciclopédia. No OASIS é possível estudar, lutar uma guerra, viajar pela galáxia. Uma experiência e tanto e, portanto, as pessoas passam mais tempo lá do que na infeliz realidade.
O que era bom se torna ainda mais atrativo com seu criador James Halliday morre e deixa uma quest, o Easter Egg, os caçadores de ovos como são chamados procuram por três chaves que levam até três portões e ao alcançar o último portão ganharão o total controle do OASIS e a fortuna de Holliday.
Cinco anos se passam sem que ninguém tenha sucesso de decifrar o primeiro enigma, até que Wade desvenda o mistério e abre o placar. Daqui para frente o livro e o filme escolhem caminhos distintos. O maior acerto que já vi.
Adaptações são sempre criticadas por que é comum escolher dois caminhos, a transição direta, com as palavras e tudo, de uma mídia para outra, ou fazer mudanças que afetam a trama só para que o produto fique diferente, o que desagrada muito que é fã do material original, está aí as duas últimas temporadas de Game of Thrones como exemplo.
Aqui a trama motriz é idêntica, alguns pontos de virada que mencionei acima também, só que os desafios pelas chaves são todos distintos e grande acerto de Ernest Cline, autor do livro e co-roterista, o segundo desafio que não apareceu pistas no trailer para mim é de longe o melhor, que fantástico quando ele surge na telona.
A conclusão da obra também vai além do final do livro deixando mais claro as decisões do vencedor da corrida pelo Easter Egg. De ruim para mim apenas uma cena com o vilão Nolan Sorrento, ele aqui teve uma humanização que o personagem original não apresenta, porque no livro ele é responsável direto por partes contraditórias que no filme ficaram a cargo de uma sidekick do vilão.
Escolham para onde ir, mas quem é nerd assumido deve absorver um dos conteúdos de Jogador nº 1, se possível os dois, nerd que é nerd não só vê o filme.
Bom jogo para todos.